Resenha- A promessa da Rosa- Babi A. Sette

By Paloma Viricio - setembro 18, 2015

babi a sette
Sette, Babi A.A promessa da rosa/ Babi A. Sette. – Barueri, SP: Novo Século Editora, 2015.
A Promessa da Rosa - Século xix: status, vestidos pomposos, carruagens, bailes… Kathelyn Stanwell, a irresistível filha de um conde, seria a debutante perfeita, exceto pelo fato de que ela detesta a nobreza; é corajosa, idealista e geniosa. Nutre o sonho de ser livre para escolher o próprio destino, dentre eles inclui o de não casar-se cedo. No entanto, em um baile de máscaras, um homem intrigante entra em cena… Arthur Harold é bonito, rico e obstinado.Supondo, por sua aparência, que ele não pertence ao seu mundo, à impulsiva Kathelyn o convida a entrar no jardim – passeio proibido para jovens damas. Nunca mais se veriam, ela estava segura disso. Entretanto, ele é: o nono duque de Belmont, alguém bem diferente do homem que idealizava, só que, de um instante a outro, o que parecia a aventura de uma noite, se transforma em uma paixão sem limites.Porém, a traição causada pela inveja e uma sucessão de mal-entendidos dão origem ao ciúme e muitas reviravoltas. Kathelyn será desafiada, não mais pelas regras sociais ou pelo direito de trilhar o próprio caminho, e sim, pela a única coisa capaz de vencer até mesmo a sua força de vontade e enorme teimosia: o seu coração.

Classificação:

Ficha Técnica
ISBN-10: 8542805550
Ano: 2015 
Páginas: 432
Idioma: português 
Editora: Novo Século

Notas
Capa: 10/10
Conteúdo: 09/10
Diagramação: 09/10
Nota geral: 100/100


Amor e ódio
Por Paloma Viricio
Visão Geral
(...) antes que ele conseguisse avançar com o vestido, eu o empurrei e corri como se fugisse do calor da palmatória. Dizem que é quente o tal do inferno, mas duvido que seja tão quente quanto o calor que os beijos dele- levou  os dedos ao lábios.- Despertaram no meu corpo”, p.43. O fogo que une Kathelyn Stanwell e Arthur Belmont é algo mais tentador que se possa imaginar. O olhar de um para outro é de incendiar uma cidade inteira em segundos. No começo a paixão arrebatadora os juntou, mas somente o amor e a  promessa da rosa poderia os unir realmente.

Embalados pelo clima misterioso de um baile de máscaras que Arthur e Kathelyn se encontram. Ela uma doce menina, confiante, com atitudes e  próprios ideais. Ele um duque, vivido, inflamado de orgulho por seu sangue e título. Será que o amor deles poderia sobreviver aos olhares afiados da sociedade? E às garras dilacerantes da traição? “Desceu as escadas frontais. Na estrada que conduzia ao porão havia algumas pétalas vermelhas, trazidas pelo vento das roseiras. Elas estavam murchas. Marcavam o caminho como contas secas. Vermelho quase negro. Eram flores iguais a essa que Belmont a presenteava, sempre. Ela nunca odiou tanto as rosas. Abaixou, pegou uma das pétalas entre os dedos”, p. 219.

Esse livro me deixou completamente descontrolada. Acredito que não fui a única, outros leitores que conheçam a obra podem falar o mesmo. “-Ah... mas por quê?” Porque eu fiquei com ódio mortal do Duque. Toda vez que olho o botton que veio junto com o livro (Quero um duque para mim ou para chamar de meu, não recordo ao certo) fico com vontade de varejar meio metro de coisas pelo ar (Risos). Sinceramente, não queria um Duque desse nem de graça. Arthur é tudo de bom e ao mesmo tempo não é. Minha relação de amor e ódio com o livro e esse personagem é algo inegável. Só a autora e os leitores sabem como Kathelyn sofreu na mão dele. Ai... prepotente, mandão, insano, tarado (risos). Não sei como ela continuou o amando. Ele é um prepotente filho de uma... senhora de cabaré. E ao mesmo tempo ele é tão doce, sensual e inebriante. “Eu vou tirar todas as suas roupas. – Uma trilha de beijos deixada no pescoço. – Eu vou lhe deixar nua sem nenhuma ilusão. – Outra labareda de fogo marcada em seu rosto através dos lábios dele. – E vou amar você com tanta intensidade que quando acabarmos, não restará nada seu que você não tenha revelado e nada meu que permaneça oculto”, p. 133.

O mesmo acontece com Kathelyn. Ela não é nem de perto tão cruel como ele, mas tem duas faces da mesma moeda. É doce, gentil, afável, mas ao mesmo tempo forte e batalhadora.  Ela é um docinho, mas tão decidida, nunca tinha me identificado tanto com uma personagem como aconteceu com Kathy. Essa mulher é meu espelho! (Risos) Pelo menos metade dele. Quem hoje em dia troca um belo vestido por um livro? Eu e mais ninguém!  E quem naquela época fazia isso? Kathelyn e mais ninguém! Não é fácil lutar contra os pilares enferrujados da sociedade. Atualmente não é, imagine No século XIX? E por esses mesmos motivos eu perdoei o Duque. Afinal, ele é humano, e também tinha que enfrentar um bando de corvos rodeando sua carniça.... esperando o momento do bote. Eu pude ver um homem tão sensível debaixo daquela carapaça. Canalha de uma figa! Fofo! 

A escrita de Babi é sensacional. Narração leve, ótimo desenvolvimento cronológico, perfeita construção de personagens, descrição exemplar e cenas de tirar o fôlego. O erotismo presente na brochura é romantizado, apresentado na medida certa. É a primeira obra que leio da autora e tenho orgulho de elogiar uma escritora da minha nacionalidade. Vejo, ainda, muito preconceito com os livros e autores nacionais, mas acredito que as pessoas precisam enxergar a existência desses escritores deveras talentosos. Parem de engolir qualquer book estrangeiro que vendeu milhões de cópias. É preciso ser seletivo, alimentar a inteligência com qualidade. Não estou dizendo que não devemos ler livros internacionais. Eu leio, adoro, não deixarei de ler. Mas é preciso ler de tudo para não se deixar manipular pelo o que dizem que é bom. Você deve saber o que é bom para você, não o modismo. Valorize sua opinião,acima de tudo, os artistas do seu país. Enfim... fica a dica!

O único ponto negativo que encontrei foi que em alguns momentos a autora passava muito rápido de uma cena para outra. Uma hora a personagem estava em determinado lugar e rápido demais, na minha opinião, em outro. Mas isso aconteceu com maior frequência no começo do livro, depois pouco se repetiu. “As pessoas acham que a rosa é comum demais. Preferem a raridade das orquídeas ou a fragilidade das camélias. O que me intriga nisso é que ela é perfeita, e por ser perfeita, todos a querem. Então, quando a possuem, ela passa a ser vulgar”, p.186. Fora as rosas murchas que encontrei na leitura e as perturbações que Belmonte me causou (é sério quando falo que ele me irritou), adorei o livro. Uma ótima trama que indico e quero reler no futuro.

Design e diagramação
A capa é magnífica. Cor singela,  imagem marcante,  fonte delicada. Linda! Forte como a escrita de Sette.  No começo de cada capítulo aparece um ramo de árvore. O miolo é impresso em papel pólen. As letras e espaçamentos aparecem em tamanhos confortáveis para a leitura.  Infelizmente encontrei algumas páginas com falha na impressão. Umas letras por cima de outras, me incomodou , não consegui entender direito aquele trecho do livro. Deu vontade de jogar as coisas para o alto, assim como o duque. 

Sobre a autora
BABI A. SETTE nasceu em São Paulo, porém até os doze anos morou em quatro estados diferentes do Brasil. Ama viajar e conhecer novos lugares, e escreve sobre as cidades do mundo que teve a oportunidade de visitar. Acredita que todo o lugar que conhece ela deixa um pouco de si e carrega um pouco do lugar consigo, chegando a carregar pedaços do mundo todo. Formada em Comunicação Social, sente-se metade socióloga e a outra, psicóloga. Isso porque ama as pessoas, as suas emoções e histórias. E nos presenteia com a estreia deste romance, Entre o amor e o silêncio. Fonte: Skoob.

Licença Creative Commons
O trabalho amor e ódio de Paloma Viricio foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Brasil.
Obs.: Todos os textos produzidos neste blog são da minha autoria e estão registrados. Se utilizá-los, por favor lembre-se dos créditos.  



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