Ao longo dos 12 contos, encontram-se personagens que experimentam reviravoltas reveladoras de suas identidades. Surpresa, desconcerto, surto, vexame, ato falho e constrangimento permeiam a obra, repensando o conceito de normalidade e expondo os desvios do universo psíquico e da realidade factual. “Insólita encaminha o leitor a destinos exóticos e, ao mesmo tempo, banais. Os contos apontam para a perplexidade frente à contradição e ao inesperado”, observa Horta. Além disso, está presente o indivíduo exilado de si – la personne déplacée. Por vezes, o personagem é um estranho em seu próprio corpo. Noutras, o imigrante de sua identidade invertida pelos acontecimentos. Seres refugiados da condição humana, deslocados em vidas que não escolheram. Os contos expõem a razão rompida pelo afeto. Forças, que antes residiam na sombra, explodem em situações bizarras. Amor que se expressa no ódio, verdade incluída na mentira, sofisticação em decadência. Pode-se afirmar que Insólita discorre sobre a luta entre luz e escuridão, que impele o sujeito ao cumprimento social da norma e, simultaneamente, o convida a anomalia de seus instintos essenciais.
Nesse último domingo (06
de março), foi realizada na Livraria Martins Fontes, localizada na Av. Paulista,
uma tarde de autógrafos com os autores Domnall September (Nany Seskiene e José Ricardo
Martinho) do romance recém-publicado pela editora Young, Teatro Selena.