Resenha- O Dom- James Patterson

by - dezembro 08, 2013

Patterson, James. O dom/ James Patterson e Ned Rust; tradução Ana Paula Corradini. - 1.ed.- Ribeirão Petro, SP: Novo Conceito Editora, 2013.
Os irmãos Allgood nunca desistem de lutar contra os poderes autoritários e desumanos d’O Único Que É O Único, mas, agora, eles estão sem Margô — a jovem e atrevida revolucionária; sem Célia — o grande amor de Whit; e sem seus pais — que provavelmente estão mortos... Então, em uma tentativa de esquecer suas tristes lembranças e, ao mesmo tempo, continuar seu trabalho revolucionário, os irmãos vão parar em um concerto de rock organizado pela Resistência onde os caminhos de Wisty e de um jovem roqueiro vão se cruzar. Afinal, Wisty poderá encontrar algo que lhe ofereça alguma alegria em meio a tanta aflição, quem sabe o seu verdadeiro amor... Mas, quando se trata destes irmãos, nada costuma ser muito simples e tudo pode sofrer uma reviravolta grave, do tipo que pode comprometer suas vidas.Enquanto passam por perdas e ganhos, O Único Que É O Único continua fazendo uso de todos os seus poderes, inclusive do poder do gelo e da neve, para conquistar o dom de Wisty... Ou para, finalmente, matá-la. *Cortesia: Editora Novo Conceito.


FICHA TÉCNICA
Autores: JAMES PATTERSON
Título: O Dom
ISBN: 9788581632810
Selo: NOVO CONCEITO
Ano: 2013
Edição: 1
Número de páginas: 288
Formato: 16x23x1,9
Peso: 0.41 kg
Preço Sugerido: R$ 29.90
Área Principal: FICÇÃO
Assuntos: DISTOPIA | FANTASIA | YA CROSSO
Sinopse: AQUI!

NOTAS
Capa: 7,0
Conteúdo: 4,5
Diagramação: 10
Nota geral: 7

Bruxos e a Nova Ordem
Por Paloma Viricio
Visão Geral

Imagine que tudo o que você mais ama no mundo- e nem deve dar valor- esteja banido. Seus livros, músicas, filmes, arte... tudo arrancado e levado para longe. Queimado. Assim é a vida sob a Nova Ordem, o tal do governo- ou regime totalitário brutal- que dominou este mundo. Agora, e com todas as forças temos de lutar pela pouca liberdade que nos sobrou. Até mesmo nossa imaginação está com os dias contados. Dá para imaginar um governo tentando destruir isso? É desumano”, p.11. Esse é um dos quotes mais perfeitos para descrever o cenário e a situação de Whit e Wisty no ambiente distópico em que vivem. O universo controlado pela Nova Ordem ainda continua um caos e vai piorando com o desenrolar da estória, o segundo livro da série Bruxos e Bruxas entrega ao leitor um mundo muito mais sombrio do que o apresentado no primeiro. “Tem sangue grosso e grudento em mim, no Byron, no chão, no Whit. Mas o que me assusta é ver essas criaturas de perto. São adolescentes. Crianças humanas, O que a Nova Ordem fez com eles”,p.231.

Em O Dom, Whit e Wisty Algood continuam lutando contra o grande vilão e o regime totalitário implantado pela Nova Ordem. São traídos, iludidos, ajudados e apunhalados diversas vezes e confiar é uma palavra que devem empregar com cuidado no dicionário da atual vida deles. A bruxinha é a grande presa de O Único, pois é portadora de um dom que ele almeja desesperadamente. Esse livro é um tapa no rosto e ao mesmo tempo um beijo na boca. Isso porque o leitor apanha nas primeiras 100 páginas onde o enredo torna-se maçante, muitas vezes desnecessário e de uma enrolação sem necessidade. Só que após a página 120 (aproximadamente) o livro começa a esquentar e ficar muitoo bom, capaz de surpreender e deixar o leitor de boca aberta diversas vezes, apesar de ter algumas partes muito surreais (até mesmo para um livro de fantasia). Cada livro da série é escrito por Patterson e um autor diferente, o da vez foi Ned Rust e fica bastante claro a diferença na construção escrita de uma brochura para outra.
Como muitos devem saber, a forma como alguém escreve é única, como uma espécie de impressão digital e isso fica visível com a leitura de O Dom. Pode-se dizer que quem escreve realmente as partes narradas por Whit é o James, porque o personagem quase não mudou de um livro para outro. E pode-se dizer que as partes narradas por Wisty são escritas pelos autores convidados porque nota-se bastante diferença na forma como a personagem fala e atua de um livro para outro, ela no livro I era muito mais irônica e humorada e no livro II torna-se mais sombria. Durante a leitura o receptor pode sentir-se diversas vezes perdido porque a trama não foi tão bem costurada como deveria ser, o grande pesadelo daqueles que escrevem um livro em conjunto porque podem acabar criando um Frankenstein. Muitas vezes o leitor é jogado de uma situação/cena para outra sem uma explicação plausível e isso incomoda bastante, principalmente nas primeiras 100 páginas desnecessárias e “enroladérrimas”. “Eles trazem as mãos do baterista. Numa bandeja. Eu sei que é a mão dele por causa do anel. Eles me forçam a segurar as mãos mortas dele, e meu Deus, são de verdade mesmo. Achava que a Nova Ordem tinha banido toda a forma de arte, mas estava errada: a fina arte da tortura humana está viva aqui e passa bem”, p.168.

O Único Que É O Único continua demasiadamente irritante, grosseiro e sombrio. Um vilão que tem O Dom de incomodar qualquer um que se sinta mal com a paz perturbada. Quem for ler esse livro e já tiver lido 1984 (George Orwell), perceberá uma leve semelhança entre O único e O Grande Irmão. Ambos tem o dom de vigiar as pessoas á todo tempo e momento. O primeiro através de telões espalhados por todo canto e o segundo através das chamadas teletelas (o que no fundo são praticamente a mesma moeda). O Único aparece praticamente todo momento e faz questão de dizer que é o senhor de tudo e todos. Já O Grande Irmão também titula-se o dono de tudo, mas é uma espécie de lenda que ninguém realmente viu ou tem certeza que exista e seja uma pessoa ou diversas camufladas através da imagem de um alguém. 

Alguns personagens como Célia (a namorada morta de Whit) já estão incomodando mais que O Único porque o lenga, lenga deles está desafiando a capacidade do leitor de aturar um bom chato! Outros como Whit são tão adoráveis que dá vontade de levar para casa. Ele é deveras fofo e as meninas enlouquecem com os poemas regados de sentimentos que ele escreve... impossível não amar. “Olho para o horizonte, além dos limites dessa cidade acabada, e para os morros amarelados. Vejo bombardeiros passando ao longe, seus rastros ficando cor-de-rosa á luz do sol que se põe. Será que o mundo virou de cabeça para baixo? Que tudo que era normal ontem está extinto hoje? Ou esse papo d Célia está me deixando totalmente louco e me transformando num poeta obcecado pela morte?”, p.79.

Apesar dos prós e contras, distopias são estórias construídas em um universo totalmente paralelo do que os seres humanos vivem atualmente (por enquanto) e essa curiosidade por um futuro dizimado é algo que faz com que raramente o leitor encontre uma trama desse gênero totalmente ruim. Quem é fã de distopias pode concordar que é quase impossível não gostar de uma estória onde os estímulos e atenção do receptor são forçados a todo o momento, buscando encontrar uma solução junto com os personagens salvadores da pátria. E é esse “cutucar a fera com a vara curta” que torna O Dom um livro bastante dramático e até mesmo sanguinário

Design e Diagramação
O livro é confeccionado em material pólen, com letras e espaçamentos confortáveis para a visão. Os capítulos são bem divididos e curtos, dando bastante oportunidade do leitor “respirar” durante a leitura (coisa que aqueles livros com capítulos muito extensos não permitem). A estória é dividida basicamente em três partes: Livro I- A menina com o dom, Livro II- No templo das tentações e Livro III- O fim dos Allgood (que sinceramente não fica muito claro para o leitor o porquê desse título). A capa é muito bonita, mas não entendi o que a imagem tem que ver com a estória em si. Pode-se até pensar que seria um dos poderes de Whit, já que o principal da irmã dele é o fogo, mas não... e não será dessa vez que o leitor irá ver todo o potencial do mocinho em ação.

Sobre o autor
James Patterson é um romancista nova-iorquino conhecido por seus livros de suspense, mistério e magia que agradam tanto aos adultos, quanto aos adolescentes. Ícone da cultura pop, Patterson já apareceu na série Os Simpsons e fez uma ponta, como ele mesmo, em Castle. Ganhador do prêmio Autor do Ano (2010) da Forbes, é também de James Patterson o recorde de escritor com o maior número de títulos entre os mais vendidos (76) do The New York Times. Casado com Susan Patterson, o casal vive a maior parte do tempo na Flórida. Fonte: Editora Novo Conceito.

Resenha de livros anteriores
Resenha de livros sucessores
  • O Fogo
  • O Beijo
Licença Creative Commons
O trabalho Bruxos e a Nova ordem de Paloma Viricio foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Brasil.

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27 comments

  1. Eu não sei como vou fazer com esse livro e o primeiro da serie. Só leio resenhas negativas e perdi completamente a vontade de lê-lo e não, ainda solicitei o segundo sem ler o primeiro. Aff, só eu mesmo. Vou empurrar essas leituras para 2014, vai ser o jeito.

    Bjs, @dnisin
    www.seja-cult.com

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  2. Oi!
    Já li o primeiro livro e por causa disso acho que não terei vontade de ler esse :/ Apesar de ser um livro rápido, não senti em Bruxos e Bruxas o que eu queria... Enfim...

    Parabéns pela resenha.

    Abraços;
    http://musicaselivros.blogspot.com.br/

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  3. Eu já li, e gostei bastante! E essa capa? Ficou linda <3
    Beijos.
    http://www.garotadolivro.com/

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  4. Ai Paloma, essa série não me entrou, para mim, é intragável.
    Detestei tanto que nem vou falar nada aqui, entretanto digo uma coisa: quase jogava o livro pela janela ou tocava fogo nele. Muito ruim.

    xoxo
    Camila Márcia
    De Livro em Livro
    Devaneios Fugazes

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  5. Terminei de ler um livro do James essa semana e, nossa, como é diferente desse! A pitada de suspense, porém, está lá presente.

    Não conhecia o enredo de Dom, mas gostei. Nem imaginava que tinha um "quê" de 1984...

    Beijos, Entre Aspas

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  6. Olá como vai!
    Nossa sei com eh...final de ano é tanta correria não eh!!!
    Uma semana de muita paz e alegria amiga linda!
    Beijão

    http://diferencial2000.blogspot.com.br
    Lojinha:candylandy.loja2.com.br
    http://docesinlove.blogspot.com.br

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  7. VIM TE TRAZER UMA ABRAÇÃO , TENHA UMA BELA SEMANA.
    BJS
    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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  8. Oi e

    Adoro distopia e tenho vontade de ler essa série mas prefiro esperar todos os livros serem lançados ;)

    Beijos

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  9. Oi Paloma!
    Então, desde o primeiro volume já não tinha essa curiosidade toda pela série, e continuo não tendo, apesar de apreciar muito distopias <3
    Porém, leria sim.

    Beijo

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  10. Oi Paloma,

    Sua resenha está excelente. Parabéns!
    Por tudo que li, creio que esta leitura não seria atraente para mim, principalmente em razão do seu gênero. James Patterson é um autor de peso e merece crédito, mas mesmo assim não é incentivo bastante para que eu adquira o livro. Preferiria ler outro livro dele, a exemplo de 'O dia da caça', 'Um desafio para Cross' ou 'Primeiro a morrer'.
    A capa é linda e bem interessante.

    Beijo.

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  11. o livro parece ser bom, apesar da trama aparentar ser um tanto quanto clichê.

    thoughts-little-princess.blogspot.com

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  12. Oi.

    Cara nova por aqui. rs
    Parabéns adorei o clima. hahahaha

    Não sei se vou chegar a ler este livro, mas se o fizer espero que ele me surpreenda.

    Beijos
    http://fernandabizerra.blogspot.com.br/

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  13. Oie!

    Como não curto essa temática não tenho interesse nessa trama. Mas sei que a escrita do James é boa!

    Bj e boa semana!

    http://meuhobbyliterario.blogspot.com.br/

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  14. Achei a capa bem caidinha, você até foi generosa, eu daria uma nota menor, haha! Mas a resenha é interessante, embora ele não pareça fazer meu estilo de livro...


    Beijos
    Brilho de Aluguel

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  15. Eu to curtindo essa série, porém O Dom eu achei bem mais fraquinho que o primeiro livro e espero que isso mude no proximo
    Beijokas, Brubs
    Livros de Cabeceira
    @IWannaRuffles

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  16. Fiquei curiosa sober esse livro, apesar de não me amarrar em contos de bruxas, mas adoro livros de misterio e suspense

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  17. Não curto muito livros desse tipo, mas para quem gosta psrece ser bem interessante esse livro. Beijos!
    islary34.blogspot.com

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  18. Parece ser interessante, me interesso muito por livro sobre bruxos.

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  19. Nossa eu adoro história de bruxos, sou da geração Harry Potter, mas esse ai to achando meio pesado, sei não... rsrsrsrrs, esses livros assim muitas vezes fazem o autor se perder. tem que ser bom pra sustentar.

    http://cheiadepapo.blogspot.com.br/

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  20. Essa capa é muito feia. Estou leno bruxos e bruxas e pena que esse não ficou ha altura.
    xoxo

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  21. Que resenha perfeita, xará. Você escreve muito bem , parabéns. Gosto muito desse autor porem estou vendo muitas resenhas negativas sobre essa serie.
    Bjokas

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  22. Quero ler esses livros mas ainda preciso do primeiro. haushusa
    Beijos

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  23. Livro sobre bruxos, bruxas, fentiços me interessam bastante mas tem que ser coisa da pesada e esse livro parece muito mamão com mel.
    Beijos e queijos

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  24. Olá Paloma,

    Li o primeiro e gostei e o segunda esta aqui na lista de espera...espero gostar também...abraços.

    devoradordeletras.blogspot.com.br

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  25. Paloma!
    O livro tem dividido as opiniões, eu gostei muito porque fala de assuntos que acho interessante além de a escrita do autor ser muito boa em minha opinião.
    Mais uma boa resenha, parabéns!

    Precisava vir agradecer sua visita e carinho no blog, obrigada!
    Que o final de semana seja carregadinho de luz e paz!!
    cheirinhos
    Rudy
    Blog Alegria de Viver e Amar o que é Bom!
    "E que a minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade também.(Oswaldo Montenegro)".

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  26. Esse aqui acho que até eu iria gostar de ler porque essas coisas de distopias são muito boas, pena que o livro não agrada totalmente.

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