Resenha- Interator- Alexandre Almeida de Oliveira

by - setembro 12, 2017

Marcelo é um adolescente expert em computação, mas sua família vive em grandes dificuldades financeiras e, para piorar, ele ainda sofre bullying na escola onde estuda, passando quase todo o seu tempo fantasiando com uma vida melhor. Tudo começa a mudar quando o rapaz descobre que uma empresa de games chamada 'Assertiva' está para lançar um game de interatividade absoluta - ou seja, através de um equipamento (a câmara de interação) o jogo é inserido na mente do jogador, o que lhe traz sensações físicas de estar dentro do jogo, como suor, dor e cansaço. Tentando fugir de sua vida e de si mesmo, sorrateiramente Marcelo altera a programação da máquina, pede um teste e se "tranca" no mundo da fantasia. Apenas Fábio, seu pai, é quem poderá salvá-lo e ele será desafiado em seus próprios limites na missão de resgatar Marcelo do mundo da fantasia e trazê-lo de volta à realidade. Porém, Fábio precisará superar muitas barreiras emocionais e preconceitos desde que abandonou a família. 'Interator: quando game e realidade se confundem' é um livro emocionante que reúne problemas contemporâneas do uso de tecnologias com as antigas e complexas interações familiares.

Ficha Técnica
ISBN-10: 8556620116
Ano: 2016
Páginas: 444
Idioma: português 
Editora: Jaguatirica


Estudar em uma escola cara quando não se tem poder aquisitivo para isso, pode custar muito para alguém. Marcelo é um garoto de 16 anos que estuda em uma excelente e caríssima escola, porém sua mãe se empenha muito em manter o padrão de vida que seu último emprego lhe proporcionava e isso gera um sentimento no Marcelo de não acompanhar os colegas da escola. O que diminui seu círculo de amizade e ele insiste em alegar que não pode sair com uma determinada garota por não ter dinheiro de bancar um cinema com ela.

Em quanto isso a grande empresa de tecnologia Assertiva esta dando um prêmio no valor de 125 mil reais para quem conseguir furar seu sistema. Outra área da empresa está recrutando voluntários para testa um novo programa, chamado Mentor. Esse programa é de interação total, nele o Interator tem a sensação física do que se passa no jogo. É um elo entre fantasia e realidade. Mas, para ser voluntário tem que pagar a pechincha de 125 mil reais.

Ao descobrir do game e do concurso Marcelo se anima em participar, mas ele tem a grande questão de ajudar a mãe com o dinheiro ou comprar seu passaporte para experimentar o último lançamento em tecnologia, que em fase de testes poucos tem acessos. Fora que tem a época de provas na escola.

Ufa! Muita coisa acontece nesse livro e estou me policiando para não dar nenhum spoiler. Esse livro é bem jovem e tem uma linguagem fácil e é bem explicativo nas partes técnicas de tecnologia. Ele me lembrou de muitos livros que eu lia logo quando começava a me apaixonar pela leitura e isso me deu um belo gás. Li de cara 75 páginas e se não fosse o cansaço teria lido muito mais. A narrativa muito bem feita em terceira pessoa me agradou e por mostrar vários pontos de vista e tornou a leitura dinâmica. Temos a vida de Marcelo, o programa Mentor administrado pelos engenheiros da Assertiva e a vida de Fábio, que não direi quem é para que descubra lendo o livro.


Essa história tem muitas reviravoltas que te fazem pensar whatfuck? Como não pensei nisso antes ou não acredito que isso está acontecendo. E isso te motiva a ler cada vez mais, a ponto de só soltar o livro quando chegar à última página.

Quem assistiu Black Mirror vai se sentir em episódio da terceira temporada, um dos poucos episódios da série que assisti, e bate muitas coisas. O livro começou a ser trabalhado em 2013 e publicado em 01/04/2016. A série o segundo episodio da terceira temporada, “Versão de Teste”, foi exibido pela primeira vez em 21 de outubro de 2016. Não é muito louco um livro ambientado em 2012 prever coisas que no ano de lançamento real do livro ser próximas da realidade? E mais, ter um episódio de uma série muito bem comentada muito parecido com tudo o que o autor pensou há anos atrás. Não é muito louco isso?
Os personagens são muito bem construídos do começo ao fim da historia e suas personalidades muito bem trabalhadas, pois o Mentor mexe com todas as fantasias do interator e o autor soube ser consistente na história.

A diagramação está muito boa o que ajuda muito na hora de devorar o livro. Com tudo tenho que dizer que como uso óculos se a letra fosse um tiquinho maior ajudaria muito. Mas isso no meu caso que tenho quase sete graus de miopia. O papel pólen é o melhor para livros grandes como é o caso e deixa a leitura mais confortável.

Depois dessa resenha gigante sobre o quão eu amei esse livro indico para todo mundo, jovem, nem tão jovem, nem tão velho, em fim, todo mundo. Dica: se você ainda não assistiu a série e está com ela na sua lista do que assistir leia primeiro o livro e depois veja esse episodio que comentei. E para quem já assistiu também, leia e depois reveja com outros olhos, e confesso que é o que vou fazer nos próximos minutos.

Beijos, Carol Cadiz. 

Oi eu sou a Carol Cadiz, tenho 22 anos e estudo jornalismo. Letras e textos me encantam. Sou leitora compulsiva e com muitas histórias começadas sem o seu gran finale. 
Fugindo da parte literária, sou uma pessoa extremamente musical. Tudo o que vou fazer tem que ter uma trilha sonora. Gosto de todo tipo de música ainda mais se for uma banda que poucas pessoas conhecem. O desconhecido me encanta, o fato de poder apresentar para alguém algo novo é divino. 

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11 comments

  1. Oi Carol,
    Ainda não vi a série - vergonha haha - mas está na minha lista de prioridades pra fazer até o fim do ano! Gostei bastante da proposta desse livro, parece ser um juvenil bacana, me lembrou um pouco dos q eu costumava ler na época de escola. E já curti esse relacionamento dele com a mãe! Ótima resenha.

    tenha uma ótima quarta.
    Nana - Canto Cultzíneo

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    1. kkkkkkk Tambem nao vi, Nana. Eu vi aliás, apenas algunas capítulos. Sou negaçao com série. Leia sim, vai amar!

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  2. Não conhecia esse livro, Carol, mas preciso dele!
    Essa "coincidência" (será?) com Black Mirror até arrepiou!

    Beijo!
    Cores do Vício

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  3. Uow, que demais! Logo que você começou a contar na resenha sobre o jogo eu já lembrei de Black Mirror porque, meu, isso é muito Black Mirror! Hahahaha que show seria sentir na pele o mesmo que o personagem vive no jogo né? Um modo interativo máximo. Bom, talvez nem tudo fosse ser exatamente legal, mas a sensação ia ser mágica, com certeza. Existem alguns livros com uma ideia semelhante tipo O Jogo Infinito, mas acho que Interator parece bem mais próximo da realidade. Adorei, já quero ler!!

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/

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  4. Olá,

    O livro parece ser interessante.
    Dica que irei anotar.
    Bjs
    http://diarioelivros.blogspot.com.br/

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  5. Olá Paloma
    Ó eu não assisto a série, mas ameeeei sua resenha do livro e fiquei curiosa com esse negócio de game e pelo plot, personagens bem construídos e reviravoltas.
    Vai para a lista dos desejados.
    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspit.com.br

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