Ao longo dos 12 contos, encontram-se personagens que experimentam reviravoltas reveladoras de suas identidades. Surpresa, desconcerto, surto, vexame, ato falho e constrangimento permeiam a obra, repensando o conceito de normalidade e expondo os desvios do universo psíquico e da realidade factual. “Insólita encaminha o leitor a destinos exóticos e, ao mesmo tempo, banais. Os contos apontam para a perplexidade frente à contradição e ao inesperado”, observa Horta. Além disso, está presente o indivíduo exilado de si – la personne déplacée. Por vezes, o personagem é um estranho em seu próprio corpo. Noutras, o imigrante de sua identidade invertida pelos acontecimentos. Seres refugiados da condição humana, deslocados em vidas que não escolheram. Os contos expõem a razão rompida pelo afeto. Forças, que antes residiam na sombra, explodem em situações bizarras. Amor que se expressa no ódio, verdade incluída na mentira, sofisticação em decadência. Pode-se afirmar que Insólita discorre sobre a luta entre luz e escuridão, que impele o sujeito ao cumprimento social da norma e, simultaneamente, o convida a anomalia de seus instintos essenciais.
O PANOPTISMO - MICHAEL FOUCAULT
Somos vigiados através da rede o tempo todo
Por Paloma Viricio
Michael Foucault aborda no texto O Panoptismo , as novas características da relação entre poder e visibilidade.
Michael Foucault aborda no texto O Panoptismo , as novas características da relação entre poder e visibilidade.
Para ele as atuais sociedades substituem o poder soberano pelo
poder do olhar.
Vigiar torna-se mais eficaz que punir, já que os indivíduos que
não respeitassem alguma lei, ao invés de serem punidos da forma tradicional
(prisão ou multas), deveriam ser vigiados e reeducados para após serem
inseridos novamente na sociedade.
Foucault então ilustra esse conceito reforçando o pensamento com o
exemplo do Panopticon , que seria um modelo de organização das relações de
poder nas sociedades modernas.